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Diplomacia Econômica

Trump retira tarifas de 40% sobre carne, café, frutas e outros produtos do Brasil

Presidente americano cita conversa com Lula e opinião de outras autoridades, que consideram que penalidade não é mais necessária
Foto: Ricardo Stuckert/PR

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou decreto nesta quinta-feira (20) que retira as tarifas de 40% sobre alguns produtos agrícolas vendidos pelo Brasil.

Estão incluídos na lista carne e café, produtos importantes da pauta exportadora brasileira. Ao todo, são mais de 200 itens agrícolas e da pecuária, incluindo alguns fertilizantes à base de amônia.

Em comunicado, Trump cita a conversa que teve por videoconferência com o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O republicano cita opiniões que ouviu de outras autoridades no sentido de que as tarifas não são mais necessárias porque “houve progresso inicial nas negociações com o governo do Brasil”.

A isenção será retroativa para tudo que tiver entrado nos EUA a partir de 13 de novembro.

No fim de julho, Trump impôs uma sobretaxa de 40% a produtos importados pelo Brasil, que somou-se às chamadas “tarifas recíprocas de 10% aplicadas globalmente. O decreto, no entanto, previu uma lista com quase 700 exceções, como suco de laranja e produtos de aviação, que livrou 43% do valor de itens brasileiros exportados para o exterior, segundo levantamento feito pela Folha.

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Na semana passada, o governo americano derrubou a tarifa de 10% das principais exportações brasileiras, como carne e café. Agora, a sobretaxa de 40% também caiu, isentando esses produtos das taxas adicionais aplicadas pelo republicano desde abril.

Um dos motivos para a decisão dos americanos foi a alta da inflação no país, pressionada por itens como alimentos.

O café, por exemplo, acumula alta de cerca de 20% em relação ao ano passado nos EUA, segundo dados do CPI (índice oficial de inflação do país). Em 2024, o Brasil exportou US$ 1,96 bilhão em café para os Estados Unidos, sendo o maior fornecedor no período, segundo dados da International Trade Administration, órgão vinculado ao Departamento de Comércio americano.

Desde que as tarifas de 50% entraram em vigor em agosto, no entanto, as vendas de café despencaram, segundo o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). Em outubro, a retração foi de 54,4% em relação ao ano passado.

Para Marcos Antonio Matos, diretor-geral do Cecafé, a decisão permite que o Brasil recupere o espaço perdido nesses meses. “Os próprios torrefadores [americanos] lutaram e muito pela reconquista da isonomia para os cafés brasileiros. A gente está agora em pé de igualdade, é o que a gente sempre quis”, afirmou.

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Para a carne bovina, os EUA enfrentam uma inflação de 12% a 18% em relação ao ano passado. Além das tarifas sobre o Brasil, o maior exportador global, uma redução do rebanho local também tem pressionado os preços.

O setor diplomático do governo brasileiro está estudando a medida anunciada pelo Trump para calcular o impacto das tarifas. A avaliação inicial é de que foi um gesto do governo americano para avançar nas negociações comerciais, enquanto a Casa Branca analisa as propostas brasileiras.

 

Por Folha de SP

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